O Conselho Jurisdicional da Ordem dos Advogados de Moçambique (CJOAM), em coordenação com o Conselho Provincial de Nampula (CPN), realizou, recentemente, naquela parcela do país, uma palestra subordinada ao tema “Ética e Deontologia do Advogado”, que visava a discussão dos princípios e deveres deontológicos dos advogados e advogados estagiários no exercício da profissão.
Diversas individualidades, dentre juízes, procuradores, membros da Polícia da República de Moçambique – PRM, advogados e advogados estagiários, participaram no evento.
A realização da referida palestra, que teve como oradores a advogada e membro da Comissão de Ética e Deontologia Profissional, Ana Martins,; e o advogado e conselheiro do Conselho Jurisdicional, Zacarias Zinocacassa, com moderação do Vice-Presidente do Conselho Provincial de Nampula, o advogado Plínio Mabombo, tinha como objectivos sensibilizar os membros da OAM a pautarem por um comportamento adequado e que dignifique a profissão, melhorar a relação entre advogados e outros pilares da administração da justiça, bem como discutir de forma aberta os problemas disciplinares que envolvem os advogados e outros actores da justiça.
Dirigindo-se aos participantes, o Presidente do Conselho Provincial de Nampula, Isidro Júnior, fez menção à relevância do tema, na medida em que se pretende, cada vez mais, a dignificação da OAM, no geral, e da profissão de advogado, em particular.
Por sua vez, Catarina Camal, coordenadora do Conselho Jurisdicional, enfatizou a importância da presença de todos os pilares da administração da justiça no evento, considerando que a actuação do advogado acontece no seio dos tribunais, SERNIC, procuradorias, esquadras, estabelecimentos penitenciários, razão pela qual apelou à discussão clara dos problemas actuais verificados no âmbito da actuação do advogado, no exercício das suas funções.
Para Ana Martins, membro da Comissão de Ética e Deontologia Profissional, o advogado deve actuar com responsabilidade, evitando, deste modo, prejudicar o cidadão e a máquina da administração da justiça.
“Há que observar alguns princípios éticos e deontológicos, como é o caso da independência, legalidade, honestidade, sinceridade, urbanidade, cortesia, boa-fé, integridade, lealdade, zelo e solidariedade”, disse Ana Martins, para de seguida acrescentar que o respeito pelos colegas e por outros actores é, também, crucial.
Outro aspecto não menos importante prende-se com a observância dos deveres plasmados no Estatuto da Ordem dos Advogados de Moçambique, dado que a sua violação abre espaço à responsabilização disciplinar, tal como deu a conhecer Zacarias Zinocacassa, conselheiro do Conselho Jurisdicional.
“Os advogados devem observar as regras constantes dos artigos 72 a 90 do Estatuto da Ordem dos Advogados de Moçambique (EOAM), como é o caso do dever de segredo profissional, deveres para com a comunidade, deveres para com o constituinte, deveres para com a Ordem dos Advogados, deveres para com outros advogados, que, quando violados, emerge a responsabilidade disciplinar, competindo ao Conselho Jurisdicional o exercício da acção disciplinar contra os advogados e advogados estagiários”.
Refira-se que o evento contou, ainda, com a participação especial do Venerando Juiz Presidente do Tribunal de Recurso de Nampula, Pascoal Jussa; da Veneranda Juíza Presidente do Tribunal Judicial da Província de Nampula, Ana Paula Muanheua; do Meritíssimo Juiz Presidente do Tribunal Administrativo da Província de Nampula, Alexandre Manhiça; bem como do Comandante Provincial da PRM de Nampula, António Bachir.